Projeto de Intercâmbio Étnico-Cultural entre as cidades de Colonização Pomerana: Pomerode/SC e São Lourenço Do Sul/RS
Justificativa
Desde os meados do século XIX até o início da primeira grande guerra, somente da Pomerânia quase um terço da população (350.000 pessoas) deixou sua pátria em busca de melhores condições de vida em terras no além-mar.
A fuga da fome, do desemprego e da falta de liberdade política e religiosa levou muitos imigrantes a buscarem a América. Estima-se que 10% deste contingente veio a se estabelecer no Brasil, tendo em vista que, além dos fatores que impeliram europeus a emigrarem, havia uma política por parte do governo imperial brasileiro para atrair mão-de-obra livre.
Concessão de terras e equipamentos agrícolas, auxílio de custos e isenção de impostos foram alguns dos meios utilizados para impulsionar estas pessoas a ocuparem os vazios demográficos do território brasileiro.
Vale ressaltar que embora até 1870 os emigrantes que chegaram ao Brasil embarcados em navios provindos de portos da Alemanha fossem considerados todos “alemães”, eles eram, acima de tudo, fortemente marcados por sua identidade regional, tendo, portanto, seus hábitos e tradições próprios.
No Brasil, os pomeranos vieram ocupar áreas nas colônias de Blumenau (SC), de São Lourenço do Sul (RS) e de Santa Maria do Jetibá (ES). Estabelecidos nas novas áreas de povoamento, os pomeranos buscavam construir, por si mesmos, uma infra-estrutura social equivalente à encontrada em sua terra natal. A fundação de escolas, igrejas, imprensa e associações proporcionou aos colonizadores orientação e os ajudou a conservarem sua cultura e sua língua. Este processo de desenvolvimento parece ter ocorrido em todas as regiões do Brasil ocupadas por pomeranos.
O isolamento geográfico, por muitos anos destas comunidades é outro fator determinante para que os “pommerbrasileiros” se mantivessem como grupo étnico relativamente homogêneo mesmo depois de 180 anos de história da imigração alemã em contato com a realidade brasileira.